quinta-feira, julho 28, 2005

Quando o somatório das qualidades que aos olhos de outro possuo
subtrai-se do total das qualidades diversas que aos mesmos olhos possui quem a mim se compara
instala-se meu lugar à esquerda deste primeiro na escala inexorável daquele outro.

Admito forçosamente que o sistema axiomático a que presto obediência pode não coincidir com aquele em que o outro se enquadra
e mesmo me causa asco esse bijeção dos homens no conjunto dos naturais que permite tal ordenamento.
Entretanto guiado por observações empíricas me permito uma inferência segura quanto às características gerais do sistema
daquele que me denomina sempre enquanto numera outros num quociente jamais menor do que a unidade.

E eu, matemático por fé e consequência, me espanto com essa álgebra do ser humano que subvenciona toda chama
e nos desenha conforme vetores no espaço de dimensão infinita gerado pelos olhos de quem nos analisa
e esse arcabouço lógico que, embora imperfeito, revela o mundo e me abre os olhos ao entendimento
descreve uma cruel curva de Moebius e traga para o interior do conjunto o que eu julgara sempre orientado para fora.